A diva se apresenta no Brasil e o DJ dos Racionais MCs fala ao Coletivo sobre sua admiração pela cantora.
DJ KL Jay - Enio Cesar/divulgação
Hoje estamos aqui para falar de duas figuras importantíssimas para quem curte rap, soul, jazz. Kleber Simões e Erica Abi Wright. Na verdade, o DJ KL Jay é quem conta por que gosta tanto da diva Erykah Badu, que faz neste sábado (28) uma apresentação no Rio de Janeiro e domingo (29) em São Paulo. Em seu MySpace, a cantora se define um ser analógico em um mundo digital, e é assim que vejo DJ KL Jay, entre seus discos.
Erykah Badu - divulgação
Há mais ou menos 11 anos, enquanto passava pelo centro de São Paulo, DJ KL Jay encontrou o DJ Marquinhos da Pesada, que lhe apresentou um disco de Erykah Badu. “Me identifiquei na hora, a música dela tem essência”, conta Kleber Simões, o KL Jay, durante um bate-papo sobre a diva na zona norte de São Paulo, ao lado do metrô Santana, enquanto tomávamos um suco de laranja. Pergunto quantos discos “New Amerykah Part One (4th World War)” ele comprou quando o vinil foi lançado no Brasil. Ele me responde: “Comprei uns 5, ou 6... sei lá!”. E então comento com ele que recebi uma ligação do DJ Nyack (DJ do rapper Emicida) emocionado dizendo que havia acabado de ganhar do DJ o vinil de Erykah. KL Jay diz emocionado: “É mesmo? É sério? Ele te contou isso?”.
Assim que houve o anúncio da vinda de Erykah Badu ao Brasil eu e Kleber começamos a conversar e então ele propôs uma “brincadeira” com uns sons da diva. Brincadeira para um dos melhores DJs do Brasil é presente para o público, sem dúvida e a mixagem de oito minutos com músicas de Erykah você confere aqui:
DJ KL Jay mixa Erykah Badu - Coletivo Hip Hop
A admiração de KL Jay pela diva não envolve apenas a música. “Ela é espiritualizada, centrada, tem seus filhos, sua beleza, e tem muito sucesso. É preciso ter um centro, né? Equilíbrio”, diz o DJ, que assim como Erykah, é vegetariano, cuida de sua espiritualidade, dos cinco filhos, observa atento aos colegas de profissão e alguns promissores talentos do rap nacional, e, pra quem o conhece de perto percebe a luz e o equilíbrio que tem. Para sua apresentação no Brasil, a cantora demonstra os cuidados com a alimentação em seu pedido para o camarim: ervilha, milho, cenoura, cogumelo, espinafre, aipo, sopas, frutas e massa sem ovo. Gosto bem parecido ao do DJ. A cantora favorita de Erykah? Chaka Khan, a mesma de Kleber. “Uma mulher que tem Chaka Khan como inspiração só poderia dar nisso”, conta, e lamenta ter perdido o show inesquecível de Chaka Khan no Brasil em novembro de 2008. Ele estava no Nordeste com os Racionais MCs.
DJ KL Jay - Enio Cesar/divulgação
Kleber diz que acredita que o fato desse equilíbrio e foco de Erykah Badu faz transparecer o fato dela ser tão verdadeira. “Ela é muito verdadeira, ela é completa, rimava com os caras, e mistura isso com sofisticação, com jazz, na levada, na voz e no jeito debochado”, explica Kleber. Quando pergunto quem ele compara Erykah no Brasil e fora daqui, ele lembra de Billie Holiday, no Brasil não compara a ninguém, e mais tarde, quando estou me despedindo, me chama e do nada diz: “Vanessa da Matta”, lembrando da energia e da versatilidade da cantora brasileira. “Eu ainda vou fazer um som com essa mina”, diz.
Sobre o último trabalho de Erykah, New Amerykah Part Two (Return of the Ankh), KL Jay diz que “é um trabalho autêntico, mais agressivo” e que a diva se arriscou porque é uma pessoa verdadeira, inclusive citando o clipe de “Window Seat” que lhe rendeu uma multa de US$ 500 e seis meses de liberdade condicional por caminhar nua na gravação do clipe e fingir ter sido atingida por um tiro no mesmo local em que John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, no Texas, cidade onde Erykah nasceu.
Para Kleber, a cantora se expõe muito em suas letras, o que mostra o quanto autêntica e corajosa ela é. A primeira música que vem em suas lembranças é “On & On”, por ter alavancado a carreira da cantora e tomado conta das paradas da Billboard em 1997, o que rendeu a cantora o Grammy nas categorias de Melhor Álbum de R&B e Melhor Performance Vocal Feminina de R&B pelo single e veio ao Brasil para uma apresentação no extinto Free Jazz Festival.
O DJ lembra que muitas histórias de amor são ilustradas por músicas de Erykah Badu e aproveita para relembrar do especial com musicas da diva feito da festa Sintonia, em 2009. “Foram três horas de Erykah Badu. Três horas!”, lembra emocionado.
E agora, assim como Kleber, esperamos que o show de Erykah Badu seja inesquecível, e com certeza será!
Saiba mais sobre Erykah Badu
Erykah nasceu em 1971, em Dallas, no Texas, e aos quatro anos atuou como atriz ao lado da mãe, a atriz Kollen Wright. Com apenas sete anos Erykah compôs sua primeira canção no piano do avô. A diva da soul music aptou pela faculdade de teatro. Em 1993 formou uma dupla ao lado de um primo, Erykah Free, com repertório de hip hop.
Discografia:
* Baduizm (1997)
* Live (Álbum de Erykah Badu) (1997)
* Mama's Gun (2000)
* Worldwide Underground (2003)
* New Amerykah Part One (4th World War) (2008)
* New Amerykah Part Two (Return of the Ankh) (2010)
DJ KL Jay - Enio Cesar/divulgação
Hoje estamos aqui para falar de duas figuras importantíssimas para quem curte rap, soul, jazz. Kleber Simões e Erica Abi Wright. Na verdade, o DJ KL Jay é quem conta por que gosta tanto da diva Erykah Badu, que faz neste sábado (28) uma apresentação no Rio de Janeiro e domingo (29) em São Paulo. Em seu MySpace, a cantora se define um ser analógico em um mundo digital, e é assim que vejo DJ KL Jay, entre seus discos.
Erykah Badu - divulgação
Há mais ou menos 11 anos, enquanto passava pelo centro de São Paulo, DJ KL Jay encontrou o DJ Marquinhos da Pesada, que lhe apresentou um disco de Erykah Badu. “Me identifiquei na hora, a música dela tem essência”, conta Kleber Simões, o KL Jay, durante um bate-papo sobre a diva na zona norte de São Paulo, ao lado do metrô Santana, enquanto tomávamos um suco de laranja. Pergunto quantos discos “New Amerykah Part One (4th World War)” ele comprou quando o vinil foi lançado no Brasil. Ele me responde: “Comprei uns 5, ou 6... sei lá!”. E então comento com ele que recebi uma ligação do DJ Nyack (DJ do rapper Emicida) emocionado dizendo que havia acabado de ganhar do DJ o vinil de Erykah. KL Jay diz emocionado: “É mesmo? É sério? Ele te contou isso?”.
Assim que houve o anúncio da vinda de Erykah Badu ao Brasil eu e Kleber começamos a conversar e então ele propôs uma “brincadeira” com uns sons da diva. Brincadeira para um dos melhores DJs do Brasil é presente para o público, sem dúvida e a mixagem de oito minutos com músicas de Erykah você confere aqui:
DJ KL Jay mixa Erykah Badu - Coletivo Hip Hop
A admiração de KL Jay pela diva não envolve apenas a música. “Ela é espiritualizada, centrada, tem seus filhos, sua beleza, e tem muito sucesso. É preciso ter um centro, né? Equilíbrio”, diz o DJ, que assim como Erykah, é vegetariano, cuida de sua espiritualidade, dos cinco filhos, observa atento aos colegas de profissão e alguns promissores talentos do rap nacional, e, pra quem o conhece de perto percebe a luz e o equilíbrio que tem. Para sua apresentação no Brasil, a cantora demonstra os cuidados com a alimentação em seu pedido para o camarim: ervilha, milho, cenoura, cogumelo, espinafre, aipo, sopas, frutas e massa sem ovo. Gosto bem parecido ao do DJ. A cantora favorita de Erykah? Chaka Khan, a mesma de Kleber. “Uma mulher que tem Chaka Khan como inspiração só poderia dar nisso”, conta, e lamenta ter perdido o show inesquecível de Chaka Khan no Brasil em novembro de 2008. Ele estava no Nordeste com os Racionais MCs.
DJ KL Jay - Enio Cesar/divulgação
Kleber diz que acredita que o fato desse equilíbrio e foco de Erykah Badu faz transparecer o fato dela ser tão verdadeira. “Ela é muito verdadeira, ela é completa, rimava com os caras, e mistura isso com sofisticação, com jazz, na levada, na voz e no jeito debochado”, explica Kleber. Quando pergunto quem ele compara Erykah no Brasil e fora daqui, ele lembra de Billie Holiday, no Brasil não compara a ninguém, e mais tarde, quando estou me despedindo, me chama e do nada diz: “Vanessa da Matta”, lembrando da energia e da versatilidade da cantora brasileira. “Eu ainda vou fazer um som com essa mina”, diz.
Sobre o último trabalho de Erykah, New Amerykah Part Two (Return of the Ankh), KL Jay diz que “é um trabalho autêntico, mais agressivo” e que a diva se arriscou porque é uma pessoa verdadeira, inclusive citando o clipe de “Window Seat” que lhe rendeu uma multa de US$ 500 e seis meses de liberdade condicional por caminhar nua na gravação do clipe e fingir ter sido atingida por um tiro no mesmo local em que John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, no Texas, cidade onde Erykah nasceu.
Para Kleber, a cantora se expõe muito em suas letras, o que mostra o quanto autêntica e corajosa ela é. A primeira música que vem em suas lembranças é “On & On”, por ter alavancado a carreira da cantora e tomado conta das paradas da Billboard em 1997, o que rendeu a cantora o Grammy nas categorias de Melhor Álbum de R&B e Melhor Performance Vocal Feminina de R&B pelo single e veio ao Brasil para uma apresentação no extinto Free Jazz Festival.
O DJ lembra que muitas histórias de amor são ilustradas por músicas de Erykah Badu e aproveita para relembrar do especial com musicas da diva feito da festa Sintonia, em 2009. “Foram três horas de Erykah Badu. Três horas!”, lembra emocionado.
E agora, assim como Kleber, esperamos que o show de Erykah Badu seja inesquecível, e com certeza será!
Saiba mais sobre Erykah Badu
Erykah nasceu em 1971, em Dallas, no Texas, e aos quatro anos atuou como atriz ao lado da mãe, a atriz Kollen Wright. Com apenas sete anos Erykah compôs sua primeira canção no piano do avô. A diva da soul music aptou pela faculdade de teatro. Em 1993 formou uma dupla ao lado de um primo, Erykah Free, com repertório de hip hop.
Discografia:
* Baduizm (1997)
* Live (Álbum de Erykah Badu) (1997)
* Mama's Gun (2000)
* Worldwide Underground (2003)
* New Amerykah Part One (4th World War) (2008)
* New Amerykah Part Two (Return of the Ankh) (2010)